segunda-feira, 9 de julho de 2012

O olho, o cérebro e o estrabismo



A visão não acontece sem os olhos. Mas, o que poucos sabem, é que a maior parte do desenvolvimento da visão acontece no cérebro e não nos olhos. Até o seu bebê completar um mês de vida, ele não consegue acompanhar um objeto com os olhos e, frequentemente, um olho olha para um lado e o outro, para o lado oposto. Isto preocupa alguns pais, mas é normal haver esta descoordenação nesta fase. A partir de um mês, o bebê já consegue acompanhar um objeto e olhar para seu rosto de forma a focalizá-lo, quando esta sendo amamentado, por exemplo.
A visão se dá a partir da captura da imagem pelos olhos, que a transformam em sinal nervoso, que caminha pelo nervo óptico até a área cerebral correspondente à visão. Ambos os olhos capturam a mesma imagem e cabe ao cérebro coordenar os estímulos que chegam, de forma que se tenha uma visão única do objeto visualizado. Quando seu bebê tem aproximadamente dois meses, ele consegue olhar para um objeto por um tempo maior, acompanhando seu movimento por mais tempo. Isto já mostra um passo à frente no desenvolvimento cerebral.
Porém, aos seis meses se dá este amadurecimento cerebral, com conexão completa entre os dois hemisférios, de forma que as imagens que chegam ao cérebro por ambos os olhos sejam acompanhadas simultaneamente por eles, mesmo que um dos olhos seja temporariamente ocluído.
Imagine se um dos olhos não capta a imagem da forma adequada, seja por catarata congênita, seja por astigmatismo, ou por um problema na musculatura que envolve o globo ocular. A imagem que chega através dos dois olhos não é a mesma e quando o cérebro é forçado a fazer uma imagem de duas imagens diferentes, ele passa a ignorar os sinais do olho pior. Com isto, a visão vai se deteriorando e, ao longo do tempo, isto se torna irreversível.
Muitas vezes, o olho não se desvia de forma permanente. Há alguns momentos em que isto ocorre e nem sempre é na frente do médico. É mais frequente acontecer quando a criança está cansada e os pais notam um desvio ocular em um dos olhos. É importantíssimo levar esta criança para uma avaliação oftalmológica, pois este olho provavelmente está enxergando menos e necessita de correção.
Falso estrabismo
Ainda falando sobre estrabismo, frequentemente se questiona se um bebê é estrábico quando ele olha para o lado e se nota uma diferença entre os olhos. Isto ocorre pela ausência do osso nasal, que aumenta a distância entre os olhos, sendo mais frequente em orientais. A prega interna das pálpebras é mais verticalizada e dá a falsa impressão de estrabismo. Para saber se está tudo bem é fácil: pegue um foco de luz e direcione bem de frente para a criança. O ponto luminoso deve aparecer no mesmo local nos dois olhos. Se isto ocorrer, há um falso estrabismo e não é necessário se preocupar.




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