quinta-feira, 28 de junho de 2012

Posso dar papinha Nestlé?



Esta pergunta é feita frequentemente quando iniciamos alimentos sólidos para o bebê. E aqui leia-se Nestlé como sinônimo de papinha industrializada no Brasil, pois se estivéssemos , por exemplo, na America do Norte, seria papinha Gerber, que é a líder em alimentos prontos para bebês naquela região.
O maior temor dos pais é o de que as papinhas contenham conservantes, que não seriam adequados numa idade tão precoce. Mas, estas papinhas são isentas destes produtos, sendo produzidas com alto rigor de higiene e embaladas a vácuo, não havendo contato com ar e não se deteriorando facilmente enquanto fechadas.
Então, posso dar papinha Nestlé? A minha resposta é a seguinte: pode, mas há alguns inconvenientes em se utilizar apenas este tipo de alimento para a sua criança. Eu citaria aqui os seguintes:
  • O preço de uma papinha não é barato, se considerarmos a quantidade de alimento que esta contida nela. Eu costumo dizer que o preço de uma papinha de banana é quase igual ao de uma dúzia da fruta. E, cá para nós, amassar uma banana não dá trabalho nenhum, não é?
  • A consistência das papinhas é sempre a mesma e varia de papinha toda batida para papinha batida com pedaços. Ou seja, não é possível variar a consistência dos alimentos, o que, no caso dos bebês, faz uma grande diferença em termos de desenvolvimento da musculatura oral.
  • A variedade de ingredientes é pequena, considerando-se o número de legumes e verduras que se tem disponível na feira ou no supermercado. E a combinação dos alimentos também é sempre igual. Quando se faz uma papinha em casa, a imaginação pode levar a uma grande combinação de alimentos, variando o sabor de forma que a criança não enjoe.
Mas, se você vai sair, nem sempre é muito fácil levar frutas e ficar amassando ou raspando, para dar ao bebê. Ou mesmo a papinha salgada que você fez em casa, pode sofrer com o calor durante uma viagem, por exemplo. Ou está na véspera de fazer feira, as frutas acabaram em casa e você não percebeu. Nesta hora, a papinha Nestlé pode quebrar um bom galho. Por este motivo, eu acabo orientando minhas pacientes que estão introduzindo os alimentos sólidos para seus filhos, que, de vez em quando, ofereçam uma ou outra papinha Nestlé, de forma que a criança acostume com o sabor e, na situação de sufoco, não a recuse, facilitando a vida de quem precisa sair ou durante as viagens.
Tudo em nome da praticidade.



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sinovite Transitória



A criança de dois anos teve uma febre de 37,8ºC e sintomas de resfriado. Após dois dias, acordou e não conseguia andar. Não conseguia apoiar a perna direita no chão, chorando de dor. Ela tinha uma sinovite transitória.
Mas, afinal, o que é a sinovite transitória? Para entender, é necessário saber o que é a sinóvia. A articulação é envolvida por uma membrana, a membrana sinovial, havendo a produção de líquido sinovial, que preenche a articulação internamente, permitindo a realização dos movimentos. Pode ocorrer uma inflamação nesta membrana, causando a chamada sinovite. Esta inflamação pode ser decorrente de uma infecção viral, que se acredita ser a causa da sinovite transitória.
Ela é transitória porque tem uma duração curta, que não costuma passar de uma semana. Acomete mais frequentemente crianças de dois anos a dez anos de idade, sendo mais rara além desta faixa etária. A articulação que é acometida com maior frequência é o quadril e, geralmente, apenas um dos lados. A criança costuma mancar, tem dor para apoiar a perna no chão, muitas vezes se recusa a andar. Quando é examinada, reclama de dor na região da articulação afetada, sendo difícil realizar o movimento.
O grande problema nestes casos é diferenciar a sinovite transitória de uma patologia mais grave, chamada artrite séptica. Nesta última, o problema é devido a uma infecção bacteriana, que acomete a articulação e pode causar sequelas graves no local. Neste caso, a criança costuma ter febre alta e persistente, com estado geral muito comprometido, prostração e dor intensa, que não costuma melhorar com antiinflamatórios comuns, como o ibuprofeno.
Além da avaliação clínica, o médico poderá solicitar um exame de sangue, para que se avaliem os sinais de inflamação e infecção viral, diferenciando-se do quadro de artrite séptica. Exames de imagem como radiografias do quadril também podem ser realizadas. Quando existe uma dúvida muito grande se há uma infecção mais grave, até mesmo uma punção de líquido da articulação pode ser realizada, para que sejam analisadas as células e se descarte a artrite séptica.
O tratamento da sinovite transitória é feito com o uso de antiinflamatórios, como o Ibuprofeno, por exemplo, que ajuda muito a melhorar os sintomas. A dor costuma ser mais intensa nos primeiros dois a três dias com boa evolução, podendo levar até uma semana para desaparecer completamente. Não há sequelas após a recuperação e a criança volta a andar normalmente.






segunda-feira, 18 de junho de 2012

PEDIATRIO TV - crianças que gaguejam

Entenda o motivo pelo qual algumas crianças gaguejam quando começam a falar e saiba o que fazer nestes casos.



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dor de cabeça em crianças


A dor de cabeça, ou cefaléia, é bastante freqüente nas crianças, afetando igualmente meninos e meninas. Estas dores de cabeça, quando se repetem, causam bastante preocupação para os pais. Felizmente as dores de cabeça na infância são benignas em mais de 90% dos casos, segundo a Academia Brasileira de Neurologia. Mesmo assim, as dores de cabeça em crianças devem ser observadas com toda a atenção.

O que causa dor de cabeça em crianças?
A cefaléia é um sintoma e não uma doença. Ela pode estar presente em algumas infecções leves, como gripes, resfriados e sinusites. Alguns distúrbios de mastigação e de ranger dos dentes podem levar a dor de cabeça e o dentista pode fazer este diagnóstico.
A dor de cabeça também pode indicar algum problema de visão e uma visita ao oftalmologista confirma ou descarta esta possível causa. O próprio stress que as crianças vivem atualmente e o insuficiente tempo de sono também causam dor de cabeça. Ficar muito tempo no computador ou no videogame é outro fator muito comum. Problemas neurológicos também causam dor de cabeça e por isso devem ser investigados. Além disso, a história de um tipo de cefaléia, a enxaqueca na família, também pode favorecer o aparecimento de cefaléia na criança, já que pais com enxaqueca têm uma chance maior de terem filhos com enxaqueca. Alguns alimentos como frutas cítricas, leite e chocolate têm sido associados à causa de enxaqueca na infância.

Quais são os sintomas da cefaléia na infância?
O diagnóstico da dor de cabeça na criança é principalmente clínico, ou seja, a história trazida pelos pais é tão importante quanto o exame físico e neurológico. Na maioria das vezes, as cefaléias nas crianças são benignas e não requerem exames complementares como tomografia computadorizada ou a ressonância nuclear magnética.
A enxaqueca é um tipo de cefaléia muito comum nos adultos e tem como característica acometer um só lado da cabeça, com dor latejante e que melhora no escuro.
Os sintomas mais comuns da enxaqueca nas crianças são: enjôo de movimento em carros, ônibus ou aviões, sonambulismo, dificuldade de concentração e aprendizado. Algumas crianças maiores contam que após correrem, sentem como um “tamborzinho” na cabeça, mostrando que a cefaléia é pulsátil e latejante.
O critério oficial da Sociedade Internacional de Cefaléia para se diagnosticar uma possível enxaqueca inclui os seguintes pré-requisitos: pelo menos cinco episódios prévios com dor de cabeça (preferencialmente localizada em apenas um dos lados da cabeça, mas podendo alternar de lado), de moderada a severa intensidade, com uma duração entre 4 horas a 3 dias, acompanhado de aversão à claridade e ao barulho e com enjôo ou vômitos associados.

Sparkline
O que fazer nos casos de crise de dor?
Se a criança reclama com freqüência de dores na cabeça, os pais devem procurar ajuda do pediatra que, após avaliação da história e do exame físico, pode fazer o diagnóstico e, se necessário, encaminhar a criança a um especialista. Toda dor de cabeça deve ser investigada, pois pode se tratar de algum processo expansivo ou tumoral.
Geralmente, as crises de dor de cabeça melhoram muito com o sono, por isso recomenda-se deixar a criança dormir em local silencioso, com pouca claridade e com temperatura agradável. O uso de analgésicos do tipo paracetamol, dipirona ou ibuprofeno deve ser feito com orientação médica. O uso constante e excessivo destes medicamentos pode piorar as crises, porque diminui a nossa produção natural de um analgésico chamado endorfina, tornando as dores cada vez mais fortes.
As crianças adoram chocolate, mas recomenda-se não exagerar no seu consumo quando há uma história anterior de dor de cabeça.





quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Pediatrio está em outros espaços!



O Pediatrio foi convidado a falar no portal Crescendo com seu filho, da Fisher-Price. Quem deu a entrevista foi a Dra. Lídia, sobre um assunto muito importante, que é o planejamento das viagens com filhos.

Vale a pena conferir as dicas, para se programar também.



Trio de Pediatras

domingo, 10 de junho de 2012

Cinco problemas que pioram à noite (e o que fazer para melhorar)




Parece que todo choro é mais forte e toda febre é mais alta à noite, quando se tem criança doente em casa. O choro parece mais alto mesmo, porque o silêncio em volta acentua o barulho. Já a febre... esta tem uma explicação fisiológica.
Vamos falar de cinco situações que pioram à noite e o que fazer para amenizar o problema até que se consiga ir ao médico no dia seguinte, se for o caso.

1 - Laringite
Por que piora à noite
A laringite costuma ser causada por uma infecção viral ou em decorrência de refluxo gastroesofágico. A criança acorda com falta de ar e uma tosse muito rouca, a chamada “tosse de cachorro”. Como há uma inflamação e inchaço nas cordas vocais, a sensação de fala de ar é grande e causa desespero. O quadro piora à noite devido ao refluxo gastroesofágico, que é maior na posição deitada, pelo maior fluxo sanguíneo na região das vias aéreas, também aumentado pela posição deitada e, algumas vezes pelo ar seco.
O que fazer
Quando se está diante de uma crise de laringite aguda muito forte, com falta de ar e angústia, pode-se usar o seguinte artifício: fechar todo o banheiro e ligar o chuveiro, deixando a criança sem roupa respirando vapor durante dez a quinze minutos. Em seguida, vista a criança, abra a porta da geladeira e coloque a criança por uns cinco minutos na frente, para respirar ar frio. Não pessoal, eu não enlouqueci. O vapor do chuveiro relaxa as cordas vocais, acalmando um pouco os sintomas e o ar frio diminui causa uma contração dos vasos sanguíneos, diminuindo o inchaço local das cordas vocais. Isto pode controlar a situação, acalmando a criança e possibilitando que se leve ao médico pela manhã.

2 - Dor de ouvido
Por que piora à noite
A dor de ouvido piora à noite porque a posição deitada aumenta o fluxo sanguíneo na região da cabeça. Com isto, há um aumento na secreção dentro do ouvido, pressionando mais a membrana timpânica, aumentando a dor.
O que fazer
Dar uma dose de analgésico , por exemplo, dipirona ou ibuprofeno (este último se a criança tiver mais de 6 meses de idade) e esquentar uma toalha com o ferro de passar e colocar no ouvido. O calor da toalha relaxa a membrana timpânica e acalma bem a dor. No dia seguinte, procure o pediatra.

3 - Febre
Por que piora à noite
Porque a temperatura do corpo naturalmente sobe à noite, com a queda do hormônio cortisol. Isto faz com que a temperatura mais alta da febre acabe alcançando picos mais altos.
O que fazer
Em primeiro lugar, devem-se observar algumas particularidades: se a sua criança é menor de três meses, é melhor ser avaliada por um médico imediatamente, caso tenha febre; se a febre já está se arrastando por mais de dois dias, não convém esperar; se a febre vem acompanhada de vômitos, dor de cabeça ou manchas na pele, a criança deve ir ao hospital.
Mas, no caso de uma criança cuja febre acabou de começar, pode-se medicar com antitérmico. No Brasil, temos o Paracetamol, o Ibuprofeno e a Dipirona. Escolha um deles, de acordo com a orientação do seu pediatra. Se dentro de uma hora a uma hora e meia a febre não cedeu, pode-se intercalar com outro antitérmico ( por exemplo, se administrou-se a Dipirona e depois de uma hora a febre persiste, pode-se usar uma dose do Paracetamol ou do Ibuprofeno, se sua criança tiver mais de seis meses).

4 - Coceira na pele
Por que piora à noite
Os níveis de histamina (que é responsável pela sensação de coceira) aumentam no organismo durante a noite. Com isto, a coceira piora neste horário. Além disto, como as distrações se acabam, o foco que sobra é na coceira, levando a criança até mesmo a se machucar e sangrar (quem tem criança com dermatite atópica sabe bem disto).
O que fazer
Uma dose de anti-histamínico pode ajudar bastante, principalmente quem tem dermatite. Além disto, uma massagem com um hidratante pode acalmar a pele e a sensação de coceira. Se houve coceira devido a picadas de inseto, além do anti-histamínico pode-se usar uma pomada com corticoide no local das picadas.

5 - Obstrução nasal
Por que piora à noite
A obstrução nasal piora à noite devido à posição deitada, que favorece o aumento do fluxo sanguíneo na região nasal e, consequentemente, um edema das vias aéreas com maior produção e acúmulo de muco.
O que fazer
Elevar um pouco o decúbito pode ajudar a criança. Porém, recomendo para crianças que já sentam na banheira, um banho bem prolongado com o banheiro todo fechado, tipo sauna. Depois, uma boa limpeza com soro fisiológico nasal e aspiração com aspirador nasal. Esta última (a famigerada aspiração nasal) pode até desencadear a terceira guerra mundial, mas, quando há muita secreção e a criança não sabe assoar o nariz, a aspiração faz bastante diferença. Em crianças menores, que não sabem sentar na banheira, o banho prolongado pode ser substituído por uma inalação com soro fisiológico, que não tem tanta graça como o banho.


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Vacinas do Posto x Vacinas Particulares: quais são as diferenças? Parte 4



Vacina tríplice viral – Sarampo, Caxumba e Rubéola (MMR)
A vacina tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Também é conhecida como MMR que é a sigla em inglês da vacina: Measles, Mumps, Rubella. Ela é feita com os vírus vivos atenuados (enfraquecidos) causadores do sarampo, da caxumba e da rubéola. Os vírus das três doenças estão contidos dentro de uma mesma vacina, ou seja, a criança recebe uma só injeção que protege contra as três doenças.
As vacinas dos postos e das clínicas particulares são exatamente iguais, tanto na eficácia como na ocorrência de eventuais efeitos colaterais. Ao contrário da maioria das outras vacinas, os efeitos colaterais ocorrem em média de 7 a 10 dias após a aplicação. Pode ocorrer febre, mal-estar e até lesões de pele semelhantes àquelas causadas pelo sarampo e rubéola, porém, em intensidade muito menor. Na grande maioria dos casos, os efeitos colaterais ou não ocorrem, ou são tão leves que não chegam a ser percebidos pelos pais.
O esquema vacinal consiste em uma dose quando a criança completa um ano de idade e um reforço entre quatro e seis anos de idade, preferencialmente, aos quatro anos.


Vacina contra varicela – Catapora
A vacina contra a varicela, por enquanto, só está disponível nas clínicas particulares. Esta vacina é feita com o vírus vivo atenuado causador da varicela e pode causar efeitos colaterais em média de 7 a 10 dias após a aplicação da vacina. Pode ocorrer febre, mal-estar e até lesões de pele semelhantes àquelas causadas pela catapora, porém em quantidade e intensidade muito menores do que na doença original. Na maioria dos casos, os efeitos colaterais não ocorrem ou não chegam a ser percebidos pelos pais.
O esquema vacinal consiste em uma dose quando a criança completa um ano de idade e um reforço entre quatro e seis anos de idade, preferencialmente, aos quatro anos.
Recomendações importantes
  • Não utilizar medicações que contenham ácido acetil salicílico (por exemplo: AAS, Aspirina, Melhoral) por um mês após a aplicação da vacina da catapora. Existem relatos da ocorrência de casos de uma doença chamada Síndrome de Reye associados ao uso de AAS na vigência de infecção pelo vírus da varicela. A Síndrome de Reye é uma doença grave, de rápida progressão e, muitas vezes, fatal, que acomete o cérebro e o fígado.

  • Como ambas as vacinas (tríplice viral e varicela) devem ser aplicadas com um ano de idade, recomenda-se que as duas vacinas sejam feitas no mesmo dia. Porém, se os pais preferirem fazer em dias diferentes, é muito importante lembrar que deve haver um intervalo mínimo de um mês entre uma vacina e outra. Isto ocorre porque as duas vacinas são feitas com vírus vivos.

Vacina tetravalente viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela combinadas)
Esta vacina está disponível somente nas clínicas particulares e tem a vantagem de associar as vacinas tríplice viral e a varicela em uma só injeção. Há relatos de uma maior frequência de febre e, eventualmente convulsões, em crianças jovens que utilizaram esta vacina combinada. Sendo assim, alguns pediatras preferem não utilizar a vacina na primeira dose, que é dada com um ano de idade e indicá-la somente por ocasião do reforço, entre 4 e 6 anos de idade.
Até o próximo!



segunda-feira, 4 de junho de 2012

PEDIATRIO TV - Antitérmicos

Estamos inaugurando uma nova forma de comunicação com nossos leitores: é a PEDIATRIO TV. Neste vídeo de estreia, a Dra. Ivani fala sobre os antitérmicos usados no Brasil, bem como suas características principais de ação.

Esperamos que gostem desta novidade e, como sempre, seu comentário é muito bem vindo, tanto por mostrar sua percepção em relação ao blog e suas abordagens, como também por sugerir temas que sejam de seu interesse.

Esperamos que apreciem o vídeo,

Um abraço,

Trio de Pediatras



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