quarta-feira, 25 de abril de 2012

Os resfriados e suas complicações




Estamos no outono. Para muitos, uma estação gostosa, sem muito calor ou frio, sem muita chuva. Mas, para quem tem criança pequena, pode ser um terror. Isto porque, com a baixa umidade característica desta época e as variações de temperatura constantes, o número de vírus circulantes é enorme. E a criançada sai de um resfriado e entra em outro, como se fosse um ciclo interminável, agravado pelo convívio bastante próximo nas escolinhas e berçários.Há mais de 100 tipos de vírus que causam o resfriado comum, além de uma constante mutação destes vírus, o que nos proporciona sempre novidades todos os anos. Por este motivo, até mesmo os adultos, que têm bastante imunidade, acabam pegando um ou dois resfriados por ano também. O que dizer então das crianças pequenas?Um resfriado costuma durar por volta de uma semana. Pode vir com coriza, tosse, lacrimejamento, mal estar e febre (temperatura> 37,5ºC). É muito importante lembrar que a febre do resfriado não costuma durar mais do que 72 horas. Febre que dura mais do que 72 horas pode ser uma complicação do resfriado. E resfriado que dura mais de uma semana, não é mais resfriado, pode ser uma complicação.Mas, afinal, o que são estas complicações?Os vírus que causam os resfriados levam a uma produção maior de secreção, com catarro que fica acumulado nas vias aéreas. Este catarro é um meio excelente para a proliferação de bactérias que normalmente habitam as vias aéreas. As bactérias se multiplicam e causam uma segunda infecção, desta vez, bacteriana. As infecções bacterianas mais comuns que complicam um resfriado são: as sinusites, as otites médias, as amigdalites e as pneumonias.



SinusitesAo redor do nariz há várias cavidades chamadas seios da face. Essas cavidades se comunicam por dentro do nariz, pois são cheias do ar que respiramos. Elas são revestidas da mesma mucosa respiratória que reveste o nariz. Quando aumenta a produção de muco, as cavidades se enchem dessa secreção e bactérias acabam proliferando neste local. Nessa hora, temos uma sinusite.A sinusite na criança costuma levar a muita tosse com catarro, principalmente quando a criança deita. Em crianças pequenas é raro haver dor de cabeça, porque o catarro não fica preso nos seios da face, como nas crianças maiores e adultos. Por este motivo há tanta tosse, sem dor. O catarro escorre pela garganta, produzindo mau hálito.Outro sinal de infecção bacteriana de seios da face é a saída de secreção amarelada ou esverdeada pelo canal lacrimal. Esta situação é diferente da conjuntivite, porque o olho não fica vermelho, só há secreção transbordando.


Otites médiasOs ouvidos se comunicam com as cavidades nasais através das tubas auditivas. No bebê, a anatomia da face faz com que estas tubas auditivas sejam mais horizontais do que nas crianças maiores e nos adultos. Quando a criança fica resfriada e acumula uma grande quantidade de catarro, esta secreção acaba chegando aos ouvidos médios, com o favorecimento da proliferação de bactérias e a instalação de uma infecção de ouvido, a otite média aguda. Nessa hora, a criança passa a ter febre, fica mais irritada, muitas vezes recusa a alimentação, pois tem dor de ouvido quando engole.


AmigdalitesAs amígdalas são órgãos de defesa que ficam nas laterais da entrada da garganta. São órgãos que, durante o primeiro ano de vida costumam ser pequenos e, com o crescimento da criança, aumentam de tamanho e passam a exercer um importante papel de defesa. As amígdalas podem ser infectadas por vírus durante um resfriado, juntamente com a mucosa respiratória. Mas, principalmente em crianças maiores de um ano, pode ocorrer uma infecção secundária na amígdala, que é a amigdalite bacteriana. Ela se caracteriza por febre bem alta e persistente, com muita prostração e inapetência. Lembrando: crianças menores de um ano não costumam ter amigdalites bacterianas. Nesta idade a maioria das amigdalites é causada por vírus.


PneumoniasHá situações em que a infecção por vírus acaba atingindo também as vias aéreas inferiores, com o acometimento dos pulmões. Com o acúmulo de secreções e a proliferação bacteriana no local, instala-se uma pneumonia. Nessa hora, a criança costuma estar prostrada, com respiração mais rápida ou ofegante, com tosse sem parar, diurna e noturna, com febre que passa de três dias. A criança tem aspecto doente, mesmo sem febre e costuma ficar quietinha, sem brincar e recusa a alimentação.
Esta situação merece uma avaliação imediata.










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