quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A febre que não pode esperar



Febre em criança sempre é um problema para os pais. É sinal de que alguma coisa não está bem, de que há uma infecção. Mas, entre as infecções, aquelas causadas por vírus são, de longe, as mais freqüentes, que acabam resolvendo sem antibióticos e sem complicações. Nestes casos, o que a criança precisa é apenas de cuidados sintomáticos.

Em geral, se uma criança tem febre, a temperatura em si não é o mais importante. O pediatra quer saber: quando a febre baixa, como a criança fica? Se a resposta for, - “ela nem parece que está doente!”, é sinal de que provavelmente a infecção é benigna e causada por vírus, podendo-se esperar um pouco para ver se aparecem outros sintomas.

Porém, há situações que fogem a esta regra. São situações em que não deve haver espera, em que o pediatra deve ser avisado e, caso não se consiga contato com o mesmo, a criança deve ser levada a um hospital para uma avaliação. Guarde bem as situações a seguir:




1-Febre em bebês menores de três meses

Em recém-nascidos e bebês muito pequenos, como os menores de 3 meses de idade, a febre tem um significado muito mais sério do que em crianças maiores. Isto, porque são crianças com um sistema imunológico muito imaturo, com dificuldade em lidar com uma infecção bacteriana, havendo facilmente uma generalização da mesma. Nada impede que uma criança deste tamanho também tenha uma virose, mas, até prova em contrário, ela deve ser avaliada para que seja excluída qualquer possibilidade de infecção bacteriana. Ou seja, se houver febre em criança menor de três meses, contate o pediatra imediatamente.



2-Febre que dura além de três dias
As infecções causadas por vírus, na grande maioria das vezes, não costumam causar febres prolongadas, ou seja, por mais de três dias. Aqui vale sempre o estado geral da criança, ou seja, se ela estiver animada, ativa, brincando, mesmo que tenha febre, é possível aguardar um a dois dias para que seja avaliada, caso a febre persista. Porém, se a febre está alcançando seu terceiro dia ou passa deste período de tempo, não dá para esperar mais. Sua criança precisa de uma avaliação, mesmo que esteja aparentemente bem. O pediatra examinará a criança e, se necessário, solicitará exames complementares para fazer o diagnóstico da causa da febre. Portanto, não se aguardam mais de três dias para uma avaliação de criança febril.



3-Febre acompanhada de vômito e dor de cabeça
A febre, por si só, em algumas crianças, pode vir acompanhada de dor de cabeça. Principalmente em crianças maiores, que sabem referir este sintoma. Porém, se além da dor de cabeça há vômitos e prostração, com rigidez de nuca, podemos estar diante de uma meningite, o que é sério e necessita de diagnóstico e conduta imediatos. Criança com febre, vômitos e dor de cabeça pode ter meningite e o médico deverá ser contatado.



4-Febre com manchas vermelhas na pele
Algumas doenças causadas por vírus podem causar manchas pequenas na pele, no final do processo. São os exantemas virais, que costumam durar dois ou três dias e acabam sumindo. Porém, enquanto existem manchas que não preocupam, há outras que poderão ser preocupantes, como manchas de aspecto hemorrágico, mesmo que puntiformes. São chamadas petéquias e podem acompanhar a doença meningocócica, que é extremamente grave, com alta mortalidade. Nesta situação, a criança deverá ser avaliada no hospital. Ou seja, febre com manchas de aspecto hemorrágico são consideradas uma emergência.

5-Febre que não consegue ceder com antitérmicos
Nem sempre quando uma febre persiste após o efeito do antitérmico, o processo será sério. Porém, em geral, quando há uma doença causada por vírus, a febre tende a ser um pouco mais espaçada. Febres muito persistentes, que não baixam com antitérmico, principalmente depois do primeiro dia de doença, podem significar que há uma infecção bacteriana e não viral. Nesta situação, é melhor que o pediatra avalie a criança, para definir se há necessidade de um tratamento com antibiótico. Portanto, febres de difícil controle necessitam de contato com o pediatra.

É claro que, conhecendo sua criança como mais ninguém a conhece, sua percepção sempre será um ponto muito importante para o pediatra. As situações descritas acima nunca serão mais importantes do que a percepção materna e, no caso de dúvida, nada melhor do que a avaliação clínica do médico.














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