domingo, 24 de abril de 2011

Prevenindo acidentes dentro de casa


Ilustração: Claudia Marianno

O ambiente doméstico engloba muitas áreas de perigo com possibilidades de acidentes. Para detectar mais facilmente estes locais em sua casa, imagine-se do tamanho do seu filho. Uma forma prática é se ajoelhar ou agachar. Assim fica fácil perceber o que fica próximo e ao alcance da curiosidade infantil. Observando atentamente cada ambiente é possível encontrar locais e objetos que podem provocar acidentes e quando nos conscientizamos destes potenciais perigos, podemos tomar adequadas ações preventivas.

MEDIDAS GERAIS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO AMBIENTE DOMÉSTICO:

PISOS:


Pisos lisos e escorregadios podem causar tropeções e quedas, por isso, a opção por pisos antiderrapantes é o ideal em ambiente com crianças

A presença de alguns tipos de tapetes pode facilitar tropeções tanto das crianças, como dos adultos que carregam crianças no colo. É importante se certificar que o tapete seja fixo o suficiente para não ficar se movendo, o que aumentaria os riscos de escorregões.

PORTAS:

As crianças podem ferir os dedos ao fechar portas. Uma forma de prevenir tais acidentes é a colocação de dispositivos que travam as portas, dificultando o seu fechamento.

Portas de vidro aumentam os riscos de acidentes graves, com cortes, por isso, é importante avaliar formas que impeçam as crianças de se aproximarem delas.

JANELAS:

Recomenda-se a colocação de Redes de Segurança em todas as janelas, varandas e áreas de serviço, mesmo nos primeiros andares de casas e edifícios.


ESCADAS:

Piso antiderrapante e corrimão são indispensáveis nas escadas. Também é indicado o uso de portão de segurança no final e no início das escadas.


LAJES:

O ideal é que as crianças não tenham acesso a lajes sem proteção.


MÓVEIS:

As quinas de mesas devem ser protegidas com material almofadado, para evitar ferimentos na região da cabeça.

As gavetas podem ser mantidas fechadas com dispositivos que as travam e impedem sua abertura.


TOMADAS:

Todas as tomadas devem ser tampadas com protetores plásticos e a fiação elétrica precisa ser mantida em boa conservação, sem fios desencapados, ou expostos.


OBJETOS CORTANTES:

Todos os objetos cortantes como facas, tesouras, canivetes, chaves de fenda, serrotes, furadeira, pregos, parafusos, agulhas e alfinetes, devem ser mantidos fora da visão e do alcance das crianças.


ARMAS DE FOGO:

O ideal é não possuí-las. Mas quando elas existem no ambiente domiciliar, precisam ficar totalmente fora da visão e do alcance das crianças.


PEQUENOS OBJETOS:

As crianças podem colocar corpos estranhos nas narinas, nos ouvidos e até mesmo degluti-los, por isso, é importante observar atentamente o ambiente para que nenhum pequeno objeto como moedas, grãos, sementes, botões anéis, etc, possam ser apanhados pelas crianças.



ANIMAIS DOMÉSTICOS:

Os animais domésticos, ainda que normalmente dóceis, instintivamente podem ferir as crianças, por isso, não se deve confiar totalmente no bom comportamento dos animais que convivem na família.


PREVENINDO QUEIMADURAS:

EVITANDO ACIDENTES NA COZINHA, COM FORNO E FOGÃO:


Durante a preparação dos alimentos, as crianças não devem ficar na cozinha. Líquidos quentes e alimentos não devem ser manuseados próximo das crianças, pois a natural curiosidade delas torna estes momentos muito perigosos.


Não é recomendável carregar as crianças no colo enquanto estiver mexendo em panelas no fogão ou manipulando líquidos quentes. Até um simples cafezinho pode provocar graves queimaduras na pele de um bebê.

Por isso, convém sempre utilizar as panelas nas bocas do fundo do fogão, assim, como manter os cabos voltados para trás, para evitar que as crianças entornem os conteúdos sobre elas. O uso de protetores de fogão é um cuidado a mais para evitar que a criança tenha acesso às panelas.


Durante o uso do forno, também se recomenda manter as crianças longe da cozinha, dado o risco elevado de queimaduras apenas com o toque no tampo ou nas laterais do fogão.


As toalhas compridas devem ser evitadas. As criancas podem puxá-la e derrubar utensílios e líquidos quentes sobre elas.


EVITANDO ACIDENTES COM FÓSFOROS, ISQUEIROS E ÁLCOOL:

Frascos de álcool, isqueiros e fósforos devem ser guardados em local inacessível para as crianças.

Crianças não devem manusear fogos de artifício ou bombinhas.

Cuidado com cigarros acesos em cinzeiros e com velas acesas em casa. Os cigarros devem ser apagados imediatamente e nunca devem ser deixados nos cinzeiros até que se apaguem. As velas devem ser acesas em recipiente fundo ou em prato com água e devem ser apagados imediatamente ao sair de casa ou do recinto onde elas se encontram.

Não se recomenda acender churrasqueiras com álcool.


EVITANDO ACIDENTES COM FERRO DE PASSAR ROUPA:

O Ferro de passar roupas deve ser guardado em local seguro e inacessível para as crianças.

Durante o seu uso, as crianças não devem estar próximas, pois podem puxar o fio com riscos de causar ferimentos de queimadura.

EVITANDO ACIDENTES COM AQUECEDORES E LAREIRAS:

Os aquecedores portáteis precisam ficar bem distantes das crianças;

Manter jornais, revistas e roupas longe de lareiras, aquecedores e radiadores.


PREVENINDO INTOXICAÇÕES E QUEIMADURAS QUÍMICAS:

Produtos de limpeza, detergentes, desinfetantes, soda cáustica, água sanitária, inseticidas e remédios, em todas as suas apresentações, precisam ser mantidos em local alto e trancados.

As embalagens de segurança não garantem que a criança não consiga abrir as tampas.


No momento de administrar medicações às crianças, convém não se referir ao remédio como um doce, mas como algo que merece cuidado e que só deve ser manipulado por adultos. Do contrário, os pequenos podem ver os fármacos como algo inócuo e agradável de tomar ou comer.

Da mesma forma, como as crianças tendem a imitar os adultos, é importante evitar tomar medicamentos perto delas.

As plantas ornamentais, com espinhos e plantas venenosas, a exemplo de “comigo ninguém pode”, “saia branca” e “ espada de São Jorge”, devem ser mantidas longe do alcance das crianças.






terça-feira, 19 de abril de 2011

Como lavar as mãos



Numa época de gripes, resfriados e diarréias é muito importante lavarmos as mãos adequadamente. Se tivéssemos que eleger uma só medida para evitarmos a disseminação de infecções, a medida escolhida seria a lavagem adequada das mãos.
Mas como lavar as mãos? Será que lavamos as mãos de forma efetiva para evitarmos as infecções?

Neste texto descrevo uma orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde) sobre como lavar as mãos. O processo todo de lavagem de mãos deve durar o tempo suficiente para cantarmos duas vezes a
música “Parabéns a você”. Parece pouco tempo, mas geralmente, a nossa lavagem de mãos não dura nem metade de um "Parabéns a você"!

Se vocês não tiverem acesso imediato a água e sabão, podem esfregar as mãos com álcool gel 70°, em quantidade suficiente para cobrir generosamente toda a superfície das duas mãos.

É claro que em casa não precisamos lavar as mãos todas as vezes da forma como mostram as ilustrações, mas, ao chegar da rua ou quando temos familiares doentes, com diarréia ou infecções respiratórias por exemplo, é importante seguir as instruções. Da mesma forma, não é necessário utilizar toalhas descartáveis em casa, basta trocá-las todos os dias.




Tradução

0-Umedeça as mãos com água


1-Aplique uma quantidade suficiente de sabonete para cobrir a superfície das duas mãos


2-Esfregue as palmas das mãos


3-Esfregue a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda com os dedos entrelaçados e vice-e-versa


4-Junte as palmas das mãos com os dedos entrelaçados e esfregue-os


5-Esfregue o dorso dos dedos contra a palma da mão oposta, com os dodos “encaixados”, conforme mostra a figura


6-Esfregue o dedão da mão direta com a palma da mão esquerda com movimentos de rotação


7-Esfregue a palma da mão direita com movimentos de rotação no sentido anti-horário e horário, conforme mostra a figura.


8-Enxague as mãos em água corrente


9-Seque as mãos com uma toalha (de papel) descartável.


Em casa, podemos usar uma toalha limpa que seja trocada todos os dias


10-Use a toalha descartável para fechar a torneira


11-Pronto, suas mãos estão limpas!







sexta-feira, 15 de abril de 2011

Proteção solar na Infância

Ilustração: Claudia Marianno

O sol é associado à alegria, bom humor, energia e vida ao ar livre. Sua ação na pele estimula a formação de Vitamina D que, por sua vez, ajuda na absorção de cálcio, para que se desenvolvam ossos mais fortes. Para a produção de Vitamina D, entretanto, não é necessária uma exposição prolongada ao sol. A exposição exagerada aos raios ultravioleta (UV) podem levar o indivíduo a ter lesões de pele, lesões oculares, alterações no sistema imunológico e câncer de pele.


Os raios ultravioleta

Há três tipos de raios ultravioleta: ultravioleta A (UVA), ultravioleta B (UVB) e ultravioleta C (UVC).


Os raios UVA conseguem penetrar profundamente na pele, causando bronzeamento imediato, envelhecimento precoce e alguns tipos de câncer de pele. Aproximadamente 95% dos raios UVA alcançam a superfície da Terra, sendo apenas 5% barrados pela camada de ozônio.


Os raios UVB, por sua vez, penetram a epiderme e causam bronzeamento tardio, queimaduras e são responsáveis pela grande maioria dos cânceres de pele. Apenas 5% dos raios UVB alcançam a Terra, sendo sua maior parte bloqueada pela camada de ozônio.


Os raios UVC são extremamente nocivos a qualquer forma de vida e são totalmente bloqueados pela camada de ozônio.


Melanina, uma defesa natural

A primeira linha de defesa do organismo contra os raios UV é a melanina. A melanina absorve os raios UV perigosos antes que eles provoquem danos à pele e os transforma em calor. Ela dá cor à pele e aos olhos, sendo encontrada em diferentes quantidades nos indivíduos, ou seja, quanto menor a quantidade de melanina, mais claros serão a pele e os olhos. Entretanto, esta proteção não é absoluta e mesmo indivíduos com a pele mais escura têm risco ao se exporem aos raios solares.

A produção de melanina é estimulada quando os raios UVB atuam na pele, provocando danos ao DNA das células. A maior produção de melanina leva ao desenvolvimento da cor bronzeada mais tardia. Este bronzeado, apesar de dar um aspecto” saudável” ao indivíduo, é um sinal de que houve dano à sua pele. Se a exposição ao sol for tão intensa e exceder a capacidade do organismo de produzir melanina para se proteger, ocorre a queimadura solar. Portanto, o risco de dano à pele aumenta conforme a intensidade e a quantidade de exposição aos raios solares

Hoje sabemos que o desenvolvimento do câncer de pele dá-se de forma lenta e leva muitos anos para aparecer. Há estudos mostrando que as queimaduras solares durante a infância aumentam a chance de se desenvolver câncer de pele na vida adulta. Por este motivo é tão importante proteger a pele das crianças desde cedo contra os raios solares. A partir de 6 meses de idade, deve ser utilizado um protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior, independentemente da cor de pele, pois mesmo as crianças mais morenas podem sofrer queimaduras do sol.

O que é Fator de Proteção Solar?

Todos os protetores solares têm um fator de proteção solar (FPS) em seu rótulo. O FPS representa o tempo máximo que a pele pode ficar exposta ao sol sem que haja vermelhidão, quando comparado ao tempo que levaria para que esta vermelhidão aparecesse sem proteção alguma. Por exemplo, uma pessoa clara se expõe ao sol sem proteção e após 20 minutos fica com a pele levemente vermelha. Se ela utilizar apropriadamente um protetor solar com FPS 15, o tempo que levaria para que a vermelhidão aparecesse seria de 15 vezes 20 minutos, ou seja, 300 minutos. Em outras palavras, o FPS indica o tempo que a pele pode ser exposta ao sol sem que haja danos. Isto não quer dizer que se utilizarmos um protetor, podemos abusar do sol. Os protetores atuam menos contra os raios UVA e outros danos à pele causados pelos raios UVA e UVB também ocorrem, além das queimaduras.


O FPS refere-se apenas à proteção conferida contra os raios UVB. Portanto, ao comprar um protetor solar, escolha um que seja de amplo espectro, ou seja, proteja contra os raios UVB e UVA. Porém, nenhum protetor solar, seja ele de amplo espectro e com FPS 15, 30 ou 50 agirá adequadamente se não for aplicado de maneira correta.

Há estudos que mostram que as pessoas aplicam muito menos protetor do que seria recomendado para haver proteção adequada. De acordo com a quantidade utilizada pela maioria das pessoas, a proteção seria equivalente à de um FPS 3, mesmo quando se utiliza um FPS 80! Ou seja, o protetor deve ser utilizado generosamente e regularmente.


Como utilizar adequadamente o protetor solar?


Vamos relacionar as dicas mais importantes para a utilização de protetores solares em crianças:


- Utilize protetor solar em bebês a partir de 6 meses de idade, sempre que a criança estiver no sol. Antes de 6 meses, recomenda-se manter o bebê na sombra.


- Recomendam-se protetores solares com FPS 30 ou mais, de amplo espectro.


- Aplique o protetor na pele seca, aproximadamente 15 a 30 minutos antes de se expor a criança ao sol, para que se forme uma boa camada protetora.


- Não se esqueça das mãos, orelhas, pés, ombros e atrás do pescoço, além da região sob a roupa de banho e as alças do maiô.


- Aplique uma porção generosa de protetor, pois ele poderá facilmente ser retirado com a toalha, com o suor ou com a água.


- Reaplique o protetor em média a cada 2 horas ou após a criança nadar ou suar.


- Utilize um protetor solar à prova de água quando a criança for se molhar. Porém, mesmo assim, não deixe de reaplicá-lo logo após ela sair da água.


- Observe a validade do protetor solar, que dura em média de 2 a 3 anos.


- Evite protetores solares que contenham a substância PABA em sua formulação, pois há maior chance de alergia de pele.


Os olhos também sofrem com o sol

O sol também pode causar danos aos olhos, além da pele. Pode ocorrer uma queimadura solar na córnea se houver exposição exagerada. Ao longo dos anos, desenvolve-se a catarata, que é a opacificação do cristalino, a lente natural do olho. A melhor forma de proteção para os olhos é o uso de óculos de sol. Para isto, devem-se escolher óculos de sol que possuam lentes 100% protetoras contra raios UVA e UVB. Porém, nem todas as crianças gostam de usar óculos de sol, principalmente nas primeiras vezes, até se acostumarem. Se os pais utilizam frequentemente óculos de sol, há maior chance de as crianças quererem imitá-los. Há muitos óculos de sol divertidos para crianças e escolher um deles pode ser um estímulo para a sua utilização, criando um hábito para o futuro.


Seja um exemplo para seus filhos. Utilize sempre protetor solar com FPS 30 ou mais, use óculos escuros e limite seu tempo no sol. Estas medidas preventivas, além de diminuírem os riscos de danos causados pelo sol, ensinam as crianças desde cedo a criarem o hábito de se protegerem.







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