terça-feira, 22 de novembro de 2011

Manchas de nascença





Manchas de nascença chamam muito a atenção dos pais. Será que é algo sério? Vai sumir? É preciso fazer algo? Estas são as perguntas mais frequentes dos pais ao trazerem seu bebê à consulta. Mas, a grande maioria destas marcas não representam problemas e tendem a desaparecer com o tempo. Vamos entender um pouco mais sobre as manchas mais frequentes e quais casos merecem cuidados maiores.


Hemangiomas




Os hemangiomas podem ser de dois tipos: hemangioma plano ou hemangioma cavernoso (que cresce mais internamente na pele, como este da foto). Eles ocorrem devido a um crescimento exagerado das células que envolvem os vasos sanguíneos. Os hemangiomas podem estar presentes já ao nascimento ou se desenvolver quando a criança tem algumas semanas ou meses. Eles são cinco vezes mais frequentes em meninas do que em meninos. Muitos podem ser quase imperceptíveis, enquanto outros podem ser bastante grandes. Os hemangiomas tendem a crescer principalmente durante o primeiro ano de vida e, após este rápido crescimento, vão regredindo gradativamente, até desaparecerem. Na idade de 10 anos, 90% das crianças que tinham hemangiomas, já não possuem mais a marca. O tratamento para os hemangiomas, em geral é nenhum, pois eles regridem com o tempo. Porém, se o hemangioma estiver em um local que possa causar dificuldade para a criança enxergar, respirar, ouvir ou comer, pode ser necessário o uso de laser e cirurgia combinados. Atualmente está em uso uma medicação chamada Propranolol, que originalmente é utilizada como anti-hipertensivo, para os casos de hemangiomas cavernosos, pois observou-se que esta medicação ajuda ne regressão dos hemangiomas. Para este tratamento, a criança deverá ser acompanhada pelo médico, que fará uma avaliação cardiológica prévia para a utilização da medicação. Os resultados têm se mostrado excelentes.


Mancha do bico da cegonha



Por volta de 70% das crianças nascem com manchas róseas que podem se localizar frequentemente na nuca (a cegonha pega a criança com o bico na nuca, daí o nome) e, também aparecem com frequência nas pálpebras e na testa do bebê (neste local são conhecidas como "beijo de anjo"). Elas têm bordas irregulares e desparecem com a pressão dos dedos sobre elas. São decorrentes de uma dilatação de capilares da pele e desparecem até um ano e meio de idade. São absolutamente inofensivas e não é necessário se fazer nada com elas.


Manchas vinho do porto



Menos de 1 % dos bebês nascem com estas manchas, que são mais frequentes na cabeça e no pescoço. Elas têm cor rosa choque ou vermelha, podem ser bastante grandes, tomando quase metade da face e não desaparecem sozinhas. Estas manchas podem estar associadas a glaucoma, quando ocorrem ao redor dos olhos e , algumas vezes, podem também fazer parte de uma síndrome neurológica chamada Sturge-Weber. Desta forma, crianças com este tipo de mancha, necessitam de avaliação neurológica e oftalmológica. Quanto ao tratamento da mancha em si, o laser é indicado o mais rápido possível, ainda no primeiro ano de vida, pois, desta forma, traz melhores resultados.


Manchas café com leite



São manchas de cor marrom claro, lembrando mesmo a cor de café com leite. Aproximadamente 10 % dos bebês têm uma e ela não desaparece. Estas manchas propriamente ditas, não trazem problemas, porém, se uma criança tiver três ou mais manchas café com leite, ela deverá ser avaliada para se descartar uma doença genética chamada Neurofibromatose-1. Uma em cada 3000 pessoas no mundo tem esta doença, que pode causar problemas neurológicos, anormalidades oculares e ósseas.



Mancha mongólica



São manchas cinza-azuladas, presentes ao nascimento, com bordas irregulares e que se localizam principalmente na região do bumbum do bebê. Seu tamanho pode variar de pequenas até muito grandes e tendem a durar alguns anos, até desaparecer. São decorrentes de um acúmulo de melanócitos, ou seja, células de pigmentação. Não é necessário se fazer nada, pois elas sumirão mais cedo ou mais tarde.



Pintas



Por volta de 2% dos bebês nascem com pintas pequenas, de cor marrom escura, chamadas nevos. Aquelas que têm tamanho maior de 5 cm são consideradas grandes e ocorrem em menos de 1 em cada 100.000 bebês. Podem ocorrer em qualquer local do corpo e não desaparecem. O risco de uma pinta pequena se tornar cancerígena é mínimo, porém as pintas consideradas grandes necessitam um acompanhamento mais de perto, pois este risco sobe para 4%. Há nevos gigantes, que tomam superfícies grandes do corpo, cujo tratamento é cirúrgico e, frequentemente complicado pois necessita enxertos para cobrir a pele retirada.







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